
A cidade luz e seus encantos
A França de Joana D’Arc, de Abelardo e Heloisa, de Chanel, Dior, do Monte Saint Michel, de Bordeaux, de Versailles, de tantos nomes, lugares e memórias, é fonte de estética, de bem viver e glamour. Um país que não se cristaliza, ao contrário, que se reinventa sem perder a sintonia com o pulsar de cada época.
Sua capital é Paris, a cidade luz, que segundo Hemingway, é uma festa. É chique, boêmia, heroica, histórica, intelectual, revolucionária, nobre, sensual, clássica, linda e deliciosa. Única! Nasceu como Lutécia, às margens do rio Sena. Na Idade do Ferro foi habitada por uma tribo gaulesa – parisii – que estabeleceu rota comercial através do rio, o que aguçou a cobiça dos romanos que a invadiram. O resto, quem assistiu Asterix, já sabe. Mas o fato é que a cidade foi evoluindo nas mãos dos romanos e mais tarde se chamou Paris.
Paris tem 1.700 km2 com aproximadamente 2.300.000 habitantes, sem contar a infinidade de turistas que recebe habitualmente. O rio Sena a percorre sem perder o rumo e tem 37 pontes, muitas belíssimas, a uma distância de 350 metros aproximadamente uma da outra. Para conhecê-la é preciso andar e observar, pois a história e a arte estão na rua. Cada praça, cada esquina remete a um passado marcante na trajetória do povo francês.
A Catedral Notre Dame e a Sorbonne datam da era medieval. A famosa Torre Eiffel é um marco do século XIX, feita em ferro e usando premissas do Art Nouveau, como também o são algumas estações de metrô. O Palais Garnier ou Ópera de Paris depois de muitas peripécias foi reinaugurado em 1875. O Arco do Triunfo, marco dos feitos de Napoleão, reina na ponta do Champs Elysée e do alto dele vê-se a Etoile – os famosos grands boulevards que trouxeram a modernidade com seus cafés e bistrôs, rasgados com mão de ferro pelo Barão Haussmann. Foi ele, inclusive, que ousou modernizar Paris no governo de Napoleão III, arrasando velhos bairros medievais e construindo hospitais, teatros, parques e jardins, além de criar sistema de água encanada e esgoto em todos os vinte arrondissements (distritos) também criados por ele. É esse o aspecto da cidade que vemos até hoje, mas pra sonhar com o passado, nada como o Marais, o belo bairro judeu preservado, que abriga a Place de Vosges, a casa de Victor Hugo, o Museu Carnavalet ou da Cidade de Paris, Museu Picasso, e por aí vai.
Mas Paris é muito mais que isso. Quando se fala em pintura e escultura, por exemplo, é um universo em separado. O Museu do Louvre, fortaleza medieval que posteriormente se tornou residência de Luís XIV, possui um acervo tão grande que um mês seria insuficiente para conhecê-lo. O melhor é escolher um segmento por vez. Quando se visita o pavilhão de arte italiana, por exemplo, passa-se pela magnífica estátua da Vitória da Samotrácia e chega-se numa grande sala onde de um lado está a Mona Lisa rodeada de muitas pessoas e no lado oposto podemos nos encantar com As Bodas de Caná de Veronezzi, um verdadeiro deleite. E o Louvre abriga arte do mundo inteiro. É visita obrigatória.
Outro museu imperdível é o Orsay. Antiga Gare du Quai d’Orsay que ligava Paris a Orleans, tornou-se museu em 1986 e abriga principalmente arte impressionista. Degas, Delacroix, Van Gogh, Courbet, Monet, Matisse, Gauguin, Rodin, Renoir e tantos outros artistas incríveis têm obras expostas no museu.
Texto: Estella Bouças Correa