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A Bahia de todos os Santos

A Bahia de Todos os Santos já nasceu mística. Foi descoberta num 1º. de novembro, dia religioso de todos os santos, daí o nome de batismo dado por Américo Vespúcio, seu descobridor.

Seu povo tem olhar ameno, parece que certa religiosidade sempre o acompanha. Sexta economia do país, sua superfície é maior do que a da França, e possui belos 1.200 quilômetros de litoral. Tem polo petroquímico, negócios, pesca, agricultura e um encanto que poucos lugares têm. Lá, parece que céu e mar se encontram em tons de azul que surpreendem qualquer observador que se disponha a entender um dos caminhos da beleza natural.

Sua capital é Salvador – Jesus – e seus habitantes são soteropolitanos, ou seja, os que habitam a cidade de Jesus, o Salvador. Foi capital do Brasil por 214 anos, e seu porto já era um dos mais movimentados do continente; de lá se traficava escravos negros vindos da África e se comercializava pau brasil, açúcar, algodão e tabaco para abastecer o mercado consumidor europeu. Foi também lá que desembarcou Tomé de Souza, o primeiro governador geral. Era preciso construir um forte e um farol para vigiar e proteger a cidade.

Dessa maneira, no final do século XVII, após trágico naufrágio, foi construída a primeira fortificação portuguesa no Brasil, o Forte Santo Antonio, com um farol que hoje chamamos Farol da Barra, naquela ponta maravilhosa, onde o oceano se encontra. Nessas plagas fulgurantes calcula-se, segundo Caymi 365 igrejas?? e aproximadamente 1.110 terreiros de candomblé – a religião africana vinda com os escravos. Vai-se à igreja de dia e ao terreiro à noite, conforme a necessidade, afinal, segundo os baianos, o sincretismo faz parte da vida e rezar é preciso. Sua população é composta por 85% de negros, alguns descendentes de bravos escravos resistentes que não se submeteram às doutrinas portuguesas.

A igreja mais conhecida está em Salvador, e é a do Senhor do Bonfim, local de peregrinações e da famosa lavagem, construída pelo capitão de mar e guerra Teodósio Rodrigues de Farias em 1745, como pagamento de promessa, semelhante à igreja de Setubal, em Portugal; ela está situada num local onde qualquer rua é janela para o mar. Puro deleite. Salvador tem dois lados para o mar, cidade alta e cidade baixa ligadas pelo elevador Lacerda, Mercado Modelo, Farol da Barra, Bonfim na cidade baixa, Pelourinho na cidade alta, casa de Jorge Amado, estádio Fonte Nova para 50.000 torcedores, mirante, metrô com 45 quilômetros, dique do Tororó onde os orixás circulam na lagoa protegendo a cidade, tudo isso sem falar na riqueza da parte histórica do Brasil, com museus e monumentos que exprimem e explicam todo nosso passado. Mas a Bahia é muito mais. Tem Projeto Tamar, Projeto Baleia Jubarte, Parque Nacional de Canudos, coco, dendê, vatapá, caruru, acarajé, comunidades quilombolas, fazendas de cacau, trilhas na caatinga, hidrelétrica de Paulo Afonso, Vale do São Francisco, Chapada Diamantina, arte, cultura, arqueologia, grutas, gastronomia, ecoturismo, turismo técnico-científico, turismo étnico, turismo náutico, cachoeiras, voo livre… sol e mar que energizam, calma, aconchego e muita alegria! Afinal, é a Bahia de Todos os Santos!

Texto : Estella Correa .